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domingo, 15 de abril de 2012

Velvet Revolver


Velvet Revolver

Live In Houston
(ST2)

velvethouston“Montar uma banda é fácil, o difícil é arranjar um bom vocalista”. A frase poderia ser repetida por Slash como um mantra, desde que Scott Weiland foi mandado embora doVelvet Revolver, em 2008, já que até hoje o grupo não conseguiu um substituto para o encrenqueiro. Mas ela é dita para explicar como o grupo foi formado, em um dos mini depoimentos que aparecem entremeados nas músicas tocadas nesse show, realizado em 2005, no Texas. Era a época do lançamento do álbum de estréia do grupo, “Contraband”, o que significa que o DVD é curto – pouco mais de uma hora – e há músicas das bandas anteriores dos integrantes para completar o repertório.
Banda que nasceu pronta, o Velvet Revolver atua como se existisse desde sempre. Primeiro porque “Contraband” é um disco cheio de boas músicas, e, depois, porque todo mundo ali no palco sabe exatamente o que é tocar rock de verdade. Se Scott Weiland gordinho – como nos shows do Stone Temple Pilots no Brasil, no ano passado – já é bom de palco, em forma então é que ele não deixa dúvidas. O matusquela é todo expressão corporal, como se cada músculo respondesse ao estímulo dos riffs de guitarra de Slash. O de “Set Me Free”, ao vivo, é bem mais poderoso do que em disco, e o de “Sex Type Thing”, uma das resgatadas do Stone Temple Pilots, serviu para encerrar a noite em grande estilo. Também, veio emendada em “Slither”, uma porrada das boas do Velvet, na qual Slash trata de solar enlouquecidamente de lado a outro do palco.
Weiland confidencia que, curiosamente, foi ali mesmo, no camarim daquele local, que o STP colocou fim nas atividades, onde no dia do show ele estava retomando a carreira. Mal sabia que hoje – no lançamento do DVD – ele estaria de novo do STP e que o Velvet Revolver é que ficaria atrás de outro vocalista. Sem usar a típica cartola até a chegada do bis, Slash também brilha na lindíssima balada “Fall to Pieces”, espécie de “Sweet Child O’Mine” do Velvet, mas são nos bons refrões que o grupo encontra o melhor momento. É o caso de “Big Machine” e de “Set Me Free”, de novo. Outra do STP no set é “Crackerman”, que Slash trata de dar um realce no solo, e do Guns N’Roses entram “I Use to Lover Her”, numa versão quase country, na volta do bis, e a quase punk “It’s So Easy”, quando o público enlouquece de vez. Aliás, não faltou body surfing durante todas as músicas.
Desafeito a extras, além do show o DVD traz pequenas falas dos integrantes entre as músicas e uma modelo loira vestida de policial que não fala coisa com coisa – e, incrível, faltam legendas. No vídeo propriamente dito, há interessantes efeitos que dividem as cenas em quadros menores – o que é bom se sua TV é grande o bastante para que tudo não fique minúsculo – e outro manjadíssimo nos anos 80, que aqui ganha contornos “vintage”. É aquele em que duas ou mais imagens em movimento se fundem, colando os corpos dos músicos. Seguramente o diretor deve ter assistido ao clipe de “When Doves Cry”, do Prince, muitas vezes.

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