Daron Malakian na guitarra (e segundo vocalista), de 18/06/1975;
Shavo Odadjian no baixo (22/04/1974);
John Dolmayan na bateria (15/07/1973).
Quatro figuraças cheios de caras e bocas de rolar de rir. Lançaram os discos: System of a Down (1998), Sugar E.P (1998, com apenas sete faixas, entre versões ao vivo e versões variadas do mesmo tema), Toxicity (2001), e Steal This Album (2002), além de alguns singles.
Afora a sonoridade, destacam-se as letras, inteligentes e politizadas. Por conta desse poderoso lado punk (mais para Bad Religion que Ramones), o clip da música "Boom!", que sacaneia Bush, Saddam e cia., foi até proibido na MTV européia. Patético...
Tá, mas como surgiu a banda??? Em 1993, o vocalista Tankian, então um vendedor de softwares na cidade de Los Angeles, conhece Malakian, num estúdio, durante um ensaio. Ambos músicos, ambos de origem armênia, ambos com idéias políticas semelhantes. Enfim, nada como começar uma nova banda! Surgiu assim a "Soil", contando ainda com Odadjian como o "manager" e baixista da banda, e tendo o baterista Andranik "Andy" Khatchadurian, substituído por Dolmayan em 1995, ano em que Shavo se fixou como baixista permanente, deixando a posição de manager. Dessa forma, estava composto o grupo tal como o conhecemos hoje. Um grande mistério é o nome: Por que System of a Down, Tankian? "Vem de um poema do nosso guitarrista, Daron, chamado Victims Of A Down", explica Serj. "Ele trouxe-nos o poema, e System foi escolhido como uma palavra melhor e mais forte. O nome da banda significa um buraco cheio de gente que não é nada mais nada menos que a nossa sociedade." Serj, agora, pede às pessoas para "tirar o significado do nosso próprio nome. Significa diferentes coisas para pessoas diferentes. É essa a sua beleza. É como pintar um quadro na parede e perguntar 'O que acha?' É muito diferente a níveis pessoais e políticos. É de livre interpretação."
Há de se destacar a competência do vocalista. Além de frontman carismático, ele alterna vocais melódicos e guturais, gritados e melódicos, engraçados e soturnos, com absurda facilidade, consagrando-se tranqüilamente como um dos melhores vocalistas de rock da atualidade. Mais uma semelhança com Mike Patton... e, se o FNM coverizou o Sabbath, tocando War Pigs ao vivo, em versão antológica, o SOAD também tem em seu currículo uma releitura sabática. É Snowblind, numa versão esquizofrênica e criativa. Descontrução e reconstrução do clássico da banda que inventou o Heavy Metal.
Defensores dos armênios (povo vítima de genocídio cometido pela Turquia, em 1915), e pouco tolerantes a guerras e violência, explodem em fúria contra os matadores legitimados pela política canhestra e demente que domina o mundo, e mesmo os Estados Unidos. Muitas das letras dizem respeito à violência política e moral de nosso tempo. Além de densas e tensas, as letras são, por vezes, de entendimento difícil, visto que não são escritas de forma tão direta quanto uma música punk tradicional, por exemplo. Mas é possível perceber a escória da sociedade em cada linha. “Humanos em todo lugar / enlatados, pessoas clichês não conseguem ousar”, sobre apatia (CUBErt); “Genocídio de uma raça inteira / levando embora todo o nosso orgulho”, obviamente sobre a Armênia (P.L.U.C.K.); “Batalhões de policiais revoltados / com beijos de balas de borracha / bastão de cortesia / serviço com sorriso”, ironizando a polícia em Deer Dance, além da já clássica “Boom!” (“Toda a vez que você solta a bomba / você mata seu Deus, seu filho nasce”), entre outras, de temáticas diversas, não se atendo apenas às guerras, claro.
Resumo da ópera: banda realmente criativa e inovadora, só de dez em dez anos. Aproveitem, pois o momento é mesmo do SOAD, um grupo que vale a pena conhecer, e que trabalha também algo que anda meio perdido no mundo do rock, hoje: contestação, preocupação social, de forma bem feita, não como mero repetidor de tendências já um tanto ultrapassadas. Metal, punk, melódica, cênica, política, sarrista.
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